A gordura armazenada na barriga é considerada o tipo mais perigoso porque reveste órgãos vitais, como fígado, pâncreas e intestinos

Um estudo feito pela Universidade de Oxford, com mais de 200.000 homens do Reino Unido, mostrou que quanto maior a circunferência da cintura, maior o risco de morte por câncer de próstata. Evidências anteriores sugeriam uma relação entre a quantidade de gordura corporal e a probabilidade de morrer pela doença. Mas ainda era necessário confirmar se a associação dependia não só a quantidade, mas também a distribuição da gordura.

A equipe analisou dados de 218.225 homens que eram participante voluntários no estudo UK Biobank e não apresentavam a doença no início da pesquisa. Sua saúde foi acompanhada por 10,8 anos por meio de informações fornecidas por dados administrativos de saúde. Detalhes sobre índice de massa corporal (IMC), porcentagem de gordura corporal total, circunferência da cintura e proporção cintura-quadril foram coletados quando no momento de recrutamento do voluntário.

Durante o período de acompanhamento, 571 homens morreram de câncer de próstata. Os pesquisadores descobriram que, embora não houvesse uma associação clara entre o IMC ou o percentual de gordura total com o risco de morte, a medida da circunferência da cintura parecia afetar essa probabilidade.

Os resultados mostraram que um homem com 103 cm de circunferência na cintura ou mais tem um risco 35% maior de morrer de câncer de próstata do que aquele com uma cintura inferior a 90 cm. A associação se manteve mesmo após serem incluídos fatores como histórico médico, indicadores socioeconômicos e estilo de vida dos participantes.

A gordura armazenada na barriga é considerada o tipo mais perigoso porque reveste órgãos vitais, como fígado, pâncreas e intestinos.  De acordo com os pesquisadores, isso pode interferir com sua função normal e promover o crescimento de células cancerosas.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) de novos casos para este ano é de 65.840. Em 2018, dado mais recente disponível, 15.576 morreram em decorrência da doença.

https://veja.abril.com.br

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